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A ORIGEM DO DESANUVIAR

  • Foto do escritor: Paulo Victor Albertoni Lisboa
    Paulo Victor Albertoni Lisboa
  • 4 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

Por PAULO VICTOR ALBERTONI LISBOA com arte de GUILHERME ECHEVERRIA


UM HOMEM SUBIU O MURO para espiar o vizinho e de repente o muro tombou. Quando o homem se deu conta, havia caído dentro da casa do vizinho.

O vizinho olhava para ele com cara de formiga; a esposa e os filhos também. Elas ofereceram um pouca de água e um pouco de folhas, mas o homem, muito assustado, pulou o muro todo arrebentado e observou a sua casa transformada em uma grande árvore. Ao lado do tronco, ele olhou para cima da árvore e viu o seu cachorro.

Ele escalou a árvore até encontrá-lo, mas o cachorro havia se casado com uma leoa que disse não aceitar a presença do dono e, então, ela o chutou para fora da árvore. Enquanto o homem caía mais uma vez, ele esticou o braço e se grudou em uma abelha que o mordeu.

Foi puxado para dentro da colmeia e começou a chorar. A abelha se comoveu, o homem agradeceu por tê-lo puxado para dentro da colmeia e, quando se deu conta, tinha um par de asas.

O homem, então, deu-se a voar e desceu calmamente do alto da árvore.

Ao tocar o chão, ele tinha fome; avistou um pouco de carne assada. Ao chegar perto da carne, um pássaro lhe arrancou as asas e o homem-abelha começou a correr desesperadamente. Com o início de um temporal, o pássaro desistiu de caçá-lo. Avistou uma toca dentro de um tronco caído, onde o homem encontrou um gambá.

O gambá convidou o homem-abelha para entrar e perguntou se tinha mel. Quando respondeu que não carregava nem um pouco de mel, foi mandado embora.

Durante o temporal, o homem-abelha sem asas agarrou-se a muitas folhas e juntando-as, pouco a pouco, montou um abrigo para si mesmo. Esse temporal durou três dias, três noites e, quando, sem asas, acordou, tinha muita fome. Logo ele começou a comer uma folha por vez.

De repente, deu-se conta de que a imensa árvore havia caído durante o temporal. As folhas haviam sido varridas e pouca coisa havia restado ao seu redor.

Ele juntou as folhas restantes e com gravetos e cipós muito secos confeccionou um cesto para carregar as folhas em suas costas. Ao atravessar a árvore que um dia foi sua casa, pulou o tronco caído e se deparou com o antigo muro reconstruído.

Ao chegar perto, pulou o muro, novamente, e chamou as formigas. Percebeu, então, que elas passavam fome e entregou as folhas verdes que havia encontrado. O vizinho antigo comunicou ao homem que havia erguido o muro para proteger a família-formiga do aguaceiro que correu durante o temporal.

Enquanto comiam, no homem-abelha cresciam asas novas e ele se despediu das formigas. Voou por cima do muro e avistou o seu cachorro com jubas de leão. Despediu-se dele e voou para longe, voou tão alto e demorou tantos dias que já não tinha folhas verdes para comer.

Cansado e com muita fome, ficou leve o suficiente para pousar em cima de uma nuvem para descansar. Ficou ali durante horas, terminou o dia e veio a noite. Debaixo da nuvem começou um novo temporal.

Com tanta fome, o homem pôs-se a comer pedaços de nuvem e percebeu que eram gostosos. Quando comia um ou dois pedaços, a chuva diminuía de intensidade. Assim, ele devorou a nuvem até ela ficar fininha, fazendo parar a chuva, transformando o homem-abelha em cúmulo-nimbo.


Continua:

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