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A VIDA DESEJANTE NA CABEÇA DO SANTO

  • Foto do escritor: Paulo Victor Albertoni Lisboa
    Paulo Victor Albertoni Lisboa
  • 4 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Parte 1


Vou escrever um pouco daquilo que Acioli nos ofertou, em seu romance, a respeito da cabeça de um santo e do salvamento de um garoto que esteve avizinhado pela morte. “A cabeça do Santo”, de Socorro Acioli (2014), apresenta a nós, seus leitores, a jornada de Samuel. Magro e faminto, ele guarda o pior pesadelo de sua jornada no bolso esquerdo: “um endereço de poucas palavras”. Dá início à jornada com aquelas poucas palavras que lhe serviam de bússola para chegar à Candeia. Lá se dá conta de que um bar aberto emite o único sinal de vida naquele lugar em que tudo estava “sofrendo de falta de vida”. Cumpria o pedido de Mariinha, sua mãe, foi em busca de Manoel, seu pai. De seu pai tinha apenas a imagem de sua presença em um sonho. Samuel demonstra, logo no início, que deseja saber o que verdadeiramente aconteceu com o seu pai. Em Candeia, desconfiada e até mesmo hostil, Niceia, sua avó, recebe Samuel sem nem sequer abrir a porta para receber o neto. Em seguida, despacha o garoto e recomenda que busque abrigo lá fora. Niceia dá direções da rua: passando o cemitério, depois da goiabeira, lá estaria um esconderijo para passar a noite. A mãe de Samuel tinha recomendado que fizesse sua jornada sem ódio, mas não conseguia evitá-lo. Aquelas poucas palavras guardadas no bolso lhe traziam ódio. Apesar de tudo, seguiu as orientações de Niceia. Caminhou e até se rastejou para encontrar uma gruta e dormir protegido, desconfortável e na presença de ratos. Depois de dormir num lugar que mal pôde identificar devido à noite chuvosa, Samuel se levantou e percebeu que havia dormido dentro de uma cabeça gigante, uma cabeça de um santo. A cabeça de um santo degolado. No fim da tarde, notou que ali podia escutar vozes. Eram vozes de mulheres. Elas amavam e queriam casar, então faziam pedidos ao Santo Antonio. Como num passe de mágica, Samuel escutava os pedidos, as preces e os desejos das mulheres que eram dirigidos ao santo. A cabeça do santo era também esconderijo de Francisco. Ele utilizava a cabeça do santo como esconderijo para ver pornografia. Chantageado, Francisco aceita levar a Samuel comida para matar a fome e uma pomada para tratar de ferimentos. Assim, Francisco acalma o medo de Samuel, que temia morrer dentro da cabeça do santo, e sossega a si mesmo, porque acaba por impedir que aparecesse um cadáver na cabeça do santo, um acontecimento que, aos olhos de Francisco, seria capaz de enlouquecer os locais.


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