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Paulo Victor Albertoni Lisboa

TERMOACÚSTICA DA BARRAGEM


Por PAULO VICTOR ALBERTONI LISBOA com arte de EDU VERENGUEL


FUI CONVIDADO PARA IR AO OUTRO LADO DA REPRESA BUSCAR UMA GELADEIRA. Acontece que não tínhamos a menor condição de ir ao outro lado de barco a remo e trazer uma geladeira. Resolveram chamar um pescador da colônia, dono de um barco de alumínio, um barco motorizado. Os amigos guarani pagaram pelo combustível, juntaram alguns trocados seus e eu somei uma quantia com o que finalmente o convencemos.

Quando chegamos ao outro lado da represa, a geladeira, que era uma doação, era uma daquelas muito antigas e muito pesadas. Desconfiávamos que era impossível carregar a geladeira de volta à represa, passar pela lama e transportar a geladeira no barco até a aldeia. E fizemos exatamente isso, levamos a geladeira ao barco. A única maneira de carregar a geladeira até a aldeia, sem ter que deixar alguém para trás, era manter a geladeira em pé. Fomos, assim, quatro pessoas e a geladeira.

O nível da represa estava baixo, então fizemos uma viagem lenta para evitar que o barco se chocasse com troncos e tralhas. Em algumas épocas, há tralhas espalhadas pela represa. Quando chegamos à aldeia, levamos a geladeira até a cozinha comunitária que era construída para receber visitantes, especialmente nas ocasiões de festas e cerimônias. A energia elétrica era uma novidade na aldeia, disponível há poucos anos. Água gelada e comida guardada fariam muita diferença nos meses seguintes para as atividades de construção.

Vez e outra, também se fazia uso de um fogão e um botijão de gás. Nunca vi o uso do fogão substituir o uso das fogueiras em todos os momentos do dia. Ao menos pela manhã ou em uma ocasião à tarde ou à noite, as pessoas saíam a procura de lenha, quando não a tinham estocada, e acendiam a fogueira para se reunirem ao seu redor, aquecer água e beber o mate, e claro, prosear. Quando a época é boa, fogões e fogueiras chegam a ser acesos simultaneamente.

As viagens para buscar botijões são mais fáceis de se fazer. Se não há um automóvel disponível para buscar o botijão, lance-se à represa com um barco.

Continua:




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